quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cap. 2


Acho que passamos um bom tempo apenas nos olhando, e cara ele tinha os olhos mais lindos que eu já vi – claro que eu já os tinha visto nos filmes, mas assim de perto eles ainda eram mais vibrantes e azuis – ao fundo ouvi Mariana limpando a garganta e percebi que ela estava incomodada com aquela cena.
- Bom melhor eu ir tomar o meu banho porque eu não gosto de ficar de biquíni  Foi um prazer te conhecer Tom – ao passar pela Nana, vi sua cara de alívio. Eu tenho que admitir que só de olhar para aquele homem meus joelhos ficaram bambos. Mas eu ia recuperar meu folego durante meu banho, ao entrar no banheiro conectei meu celular na caixa de som e “Glad you came” começou a tocar, e uma musica nunca caiu tão bem em um momento como aquele. E como eu não sou de ferro cantei com todo o ar dos meu pulmões. Quando saí do banho coloquei um short jeans e uma blusa mais comprida e fui preparar alguma coisa para comer, e quando eu cheguei na sala, lá estava ele, com toda a sua estatura, assistindo tv, e para falar a verdade eu até tinha me esquecido que ele estava aqui.
- Tom, onde está a Nana? – perguntei evitando olhar muito para ele, uma vez que quando o fazia ficava difícil concentrar no que se passava ao redor de mim, o que esse homem tem para causar esse efeito em mim eu não sei, mas eu estou achando bom.
- Ela falou que ia sair parar tentar arrumar algumas coisas, para ver quando eu vou poder voltar para minha casa. – ele disse, e eu não gostei muito dessa notícia, ele podia ficar aqui para sempre se quisesse. E eu posso jurar que quando ele falou isso eu vi o seus olhos perdendo um pouco do brilho que tinham a alguns minutos. Eu tinha que mudar o rumo dessa conversa, eu não queria que ele fosse embora, tipo, nunca mais.
- Não sei quanto a você, mas eu estou com fome, você gosta de macarrão ao molho de queijo?- Por dentro eu estava implorando para ele dizer sim, por que, digamos que eu sou um pequeno desastre na cozinha, e esse macarrão é uma das poucas coisas que eu faço bem. Antes de me mudar, minha mãe me deu algumas aulas para ver se eu aprendia alguma coisa, ao menos para eu não morrer de fome.
- Claro, macarrão ao molho de queijo é meu preferido para dizer a verdade. –e um grande alívio se instalou em mim. Sendo assim rumei para a cozinha para começar a fazer nosso almoço, ele veio atras de mim e sentou em um dos banco que tínhamos ao redor da nossa mesa. – Quer uma cerveja? – ofereci porque além de tudo minha mãe me deu uma ótima educação.
- Você nem imagina o quanto eu estou precisando de uma. – ele disse, eu peguei uma garrafa na geladeira e entreguei para ele, logo ele a abriu, e tomou no gargalo mesmo, tenho que dizer que naquele momento a única coisa que eu queria era ser aquela garrafa. Marina FOCO você tem que cozinhar e isso me demanda muita concentração para não colocar fogo em nosso apartamento.
Eu estava separando todos os ingredientes para fazer o nosso macarrão, até que chegou a vez de pegar as panelas, e cara eu tenho que falar, eu sofro bulling da Nana, ela sempre coloca as panelas nos armários do alto, onde eu não consigo pegar, e como eu sou baixinha tenho que me esticar toda para conseguir pegar alguma. E era dessa maneira que eu me encontrava nesse exato momento, e eu acho que eu cresci alguns centímetros, mas dessa vez a dona Mariana me pegou porque estava difícil de alcançar qualquer panela. Lá estava eu, me esticando, foi quando eu senti uma mão na minha cintura e o corpo do Tom colocado no meu, -  e tenho que dizer, que corpo - sua mão foi passando pelo meu braço, na minha mão até que a passou eu pegou uma panela a colocando na minha frente, o que fez com que ele quase me desse um abraço. Eu não sabia muito bem como agir, eu queria virar e ficar cara a cara com ele, mas nos meus pensamentos eu sabia que era exatamente isso que a Nana me pediu para que eu não fizesse. Eu estava nesse meu dilema quando escutamos o barulho da porta se abrindo, Tom logo se separou de mim, consequentemente eu quase caí sem seus braços ao meu redor, e pelo calor que estava no meu rosto, sabia que minha bochecha estava corada. Mariana entrou na cozinha com uma cara de poucos amigos, e eu não sabia se deveria perguntar alguma coisa, por que eu sabia que eram assuntos de trabalho, e ela nunca falava de seu trabalho comigo, então optei por ficar calada mesmo.
Ela me olhou, depois olhou para o Tom e eu realmente acho que ela percebeu que tinha alguma coisa acontecendo, ou ao menos estava acontecendo,  ela balançou a cabeça e disparou:
- Tom vem comigo que estou precisando conversar com você.
- Já estou indo. – ele disse me olhando, antes de sair, ele chegou perto de mim mais uma vez e colocar sua boca bem perto do meu ouvido e disse – a proposito, você canta muito bem -  e assim ele se foi, e tenho que confessar todos os cabelos do meu corpo arrepiaram naquele momento.
Oh meu pai, esse homem estava mesmo afim de me provocar.  
Eles foram lá para dentro enquanto eu continuava a “cozinhar”, e eles demoraram, então coloquei uma musica no meu celular, quando reparei eu estava dançando e cantarolando pela cozinha e rindo – como uma louca – não sei quanto tempo se passou, quando eu comecei a rodar eu vi que tinha alguém encostado na porta, era Tom, ele estava com um sorriso no rosto, e eu não consegui aguentar, sorri também e tenho certeza que estava ficando vermelha. Parei com a minha dança louca e me concentrei em ver como meu macarrão estava.
- Por favor, não pare porque eu cheguei, você estava linda. – ele disse vindo em minha direção – mas eu já cheguei a conclusão que você É linda. – me derreti neste momento, e eu só pensava, “namorado” da minha amiga, “namorado” da minha amiga.
-To...Tom, onde a Mariana está? – perguntei tentando manter minha cabeça no lugar, mas eu vi que ele estava vindo em minha direção, de novo.
- Ela disse que ia tomar banho e que daqui a pouco estaria aqui para comer com a gente. – ele estendeu sua mão para mim – dança comigo? – e eu vou confessar que eu não resistir, acho que a culpa foi da musica lenta. Desliguei o fogão, uma vez que nossa comida estava pronta, peguei sua mão a outra coloquei no ombro daquele homem lindo, ele colocou sua outra mão na minha cintura e começou a me conduzir por uma dança lenta. Eu estava super envolvida naquilo, fechei os olhos e imaginei que nós dois estávamos em um baile, dançando juntos, enquanto todos olhavam para nós. Mas eu sabia que não devia estar fazendo essas coisas, se a Nana descobrisse ela ia me matar, e ainda ia beber meu sangue com canudinho. E foi assim que eu abri meus olhos, e Tom estava me encarando, sorrindo, e todos os pensamentos sobre a Mariana e seu trabalho se foram, eu queria aquele homem, e como queria.
- O que está acontecendo aqui? – Essa era a voz brava da Mariana me fazendo voltar a realidade. 

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