Acho que passamos um bom tempo apenas nos olhando, e cara
ele tinha os olhos mais lindos que eu já vi – claro que eu já os tinha visto
nos filmes, mas assim de perto eles ainda eram mais vibrantes e azuis – ao
fundo ouvi Mariana limpando a garganta e percebi que ela estava incomodada com
aquela cena.
- Bom melhor eu ir tomar o meu banho porque eu não gosto de
ficar de biquíni Foi um prazer te conhecer Tom – ao passar pela Nana, vi sua cara
de alívio. Eu tenho que admitir que só de olhar para aquele homem meus joelhos
ficaram bambos. Mas eu ia recuperar meu folego durante meu banho, ao entrar no
banheiro conectei meu celular na caixa de som e “Glad you came” começou a
tocar, e uma musica nunca caiu tão bem em um momento como aquele. E como eu não
sou de ferro cantei com todo o ar dos meu pulmões. Quando saí do banho coloquei
um short jeans e uma blusa mais comprida e fui preparar alguma coisa para
comer, e quando eu cheguei na sala, lá estava ele, com toda a sua estatura,
assistindo tv, e para falar a verdade eu até tinha me esquecido que ele estava
aqui.
- Tom, onde está a Nana? – perguntei evitando olhar muito
para ele, uma vez que quando o fazia ficava difícil concentrar no que se
passava ao redor de mim, o que esse homem tem para causar esse efeito em mim eu
não sei, mas eu estou achando bom.
- Ela falou que ia sair parar tentar arrumar algumas coisas,
para ver quando eu vou poder voltar para minha casa. – ele disse, e eu não
gostei muito dessa notícia, ele podia ficar aqui para sempre se quisesse. E eu
posso jurar que quando ele falou isso eu vi o seus olhos perdendo um pouco do
brilho que tinham a alguns minutos. Eu tinha que mudar o rumo dessa conversa,
eu não queria que ele fosse embora, tipo, nunca mais.
- Não sei quanto a você, mas eu estou com fome, você gosta
de macarrão ao molho de queijo?- Por dentro eu estava implorando para ele dizer
sim, por que, digamos que eu sou um pequeno desastre na cozinha, e esse
macarrão é uma das poucas coisas que eu faço bem. Antes de me mudar, minha mãe
me deu algumas aulas para ver se eu aprendia alguma coisa, ao menos para eu não
morrer de fome.
- Claro, macarrão ao molho de queijo é meu preferido para
dizer a verdade. –e um grande alívio se instalou em mim. Sendo assim rumei para
a cozinha para começar a fazer nosso almoço, ele veio atras de mim e sentou em
um dos banco que tínhamos ao redor da nossa mesa. – Quer uma cerveja? – ofereci
porque além de tudo minha mãe me deu uma ótima educação.
- Você nem imagina o quanto eu estou precisando de uma. –
ele disse, eu peguei uma garrafa na geladeira e entreguei para ele, logo ele a
abriu, e tomou no gargalo mesmo, tenho que dizer que naquele momento a única
coisa que eu queria era ser aquela garrafa. Marina FOCO você tem que cozinhar e
isso me demanda muita concentração para não colocar fogo em nosso apartamento.
Eu estava separando todos os ingredientes para fazer o nosso
macarrão, até que chegou a vez de pegar as panelas, e cara eu tenho que falar,
eu sofro bulling da Nana, ela sempre coloca as panelas nos armários do alto,
onde eu não consigo pegar, e como eu sou baixinha tenho que me esticar toda
para conseguir pegar alguma. E era dessa maneira que eu me encontrava nesse
exato momento, e eu acho que eu cresci alguns centímetros, mas dessa vez a dona
Mariana me pegou porque estava difícil de alcançar qualquer panela. Lá estava
eu, me esticando, foi quando eu senti uma mão na minha cintura e o corpo do Tom
colocado no meu, - e tenho que dizer,
que corpo - sua mão foi passando pelo meu braço, na minha mão até que a passou
eu pegou uma panela a colocando na minha frente, o que fez com que ele quase me
desse um abraço. Eu não sabia muito bem como agir, eu queria virar e ficar cara
a cara com ele, mas nos meus pensamentos eu sabia que era exatamente isso que a
Nana me pediu para que eu não fizesse. Eu estava nesse meu dilema quando
escutamos o barulho da porta se abrindo, Tom logo se separou de mim,
consequentemente eu quase caí sem seus braços ao meu redor, e pelo calor que
estava no meu rosto, sabia que minha bochecha estava corada. Mariana entrou na
cozinha com uma cara de poucos amigos, e eu não sabia se deveria perguntar
alguma coisa, por que eu sabia que eram assuntos de trabalho, e ela nunca
falava de seu trabalho comigo, então optei por ficar calada mesmo.
Ela me olhou, depois olhou para o Tom e eu realmente acho
que ela percebeu que tinha alguma coisa acontecendo, ou ao menos estava
acontecendo, ela balançou a cabeça e
disparou:
- Tom vem comigo que estou precisando conversar com você.
- Já estou indo. – ele disse me olhando, antes de sair, ele
chegou perto de mim mais uma vez e colocar sua boca bem perto do meu ouvido e
disse – a proposito, você canta muito bem -
e assim ele se foi, e tenho que confessar todos os cabelos do meu corpo
arrepiaram naquele momento.
Oh meu pai, esse homem estava mesmo afim de me provocar.
Eles foram lá para dentro enquanto eu continuava a “cozinhar”,
e eles demoraram, então coloquei uma musica no meu celular, quando reparei eu
estava dançando e cantarolando pela cozinha e rindo – como uma louca – não sei
quanto tempo se passou, quando eu comecei a rodar eu vi que tinha alguém encostado na porta, era Tom, ele estava com um sorriso no rosto, e eu não
consegui aguentar, sorri também e tenho certeza que estava ficando vermelha. Parei
com a minha dança louca e me concentrei em ver como meu macarrão estava.
- Por favor, não pare porque eu cheguei, você estava linda. –
ele disse vindo em minha direção – mas eu já cheguei a conclusão que você É
linda. – me derreti neste momento, e eu só pensava, “namorado” da minha amiga, “namorado”
da minha amiga.
-To...Tom, onde a Mariana está? – perguntei tentando manter
minha cabeça no lugar, mas eu vi que ele estava vindo em minha direção, de
novo.
- Ela disse que ia tomar banho e que daqui a pouco estaria
aqui para comer com a gente. – ele estendeu sua mão para mim – dança comigo? –
e eu vou confessar que eu não resistir, acho que a culpa foi da musica lenta. Desliguei
o fogão, uma vez que nossa comida estava pronta, peguei sua mão a outra coloquei
no ombro daquele homem lindo, ele colocou sua outra mão na minha cintura e
começou a me conduzir por uma dança lenta. Eu estava super envolvida naquilo,
fechei os olhos e imaginei que nós dois estávamos em um baile, dançando juntos,
enquanto todos olhavam para nós. Mas eu sabia que não devia estar fazendo essas
coisas, se a Nana descobrisse ela ia me matar, e ainda ia beber meu sangue com
canudinho. E foi assim que eu abri meus olhos, e Tom estava me encarando,
sorrindo, e todos os pensamentos sobre a Mariana e seu trabalho se foram, eu
queria aquele homem, e como queria.
- O que está acontecendo aqui? – Essa era a voz brava da
Mariana me fazendo voltar a realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário