domingo, 4 de novembro de 2012

Cap. 7



Nina p.o.v
Nosso almoço foi ótimo, conversamos e rimos bastante. No fim Joseph me levou para a loja onde eu trabalhava. Me levou até a porta e se despediu de mim com um beijo. Não vou mentir, eu gostava dele, mas por algum motivo eu não conseguia esquecer o Tom, mesmo depois de tudo ele não me saia da cabeça, e essa manhã quando vi ele na minha cama dormindo comigo, bom no começo eu fiquei brava, mas agora a verdade era que eu tinha gostado de acordar e olhar para ele, ele parecia feliz e isso me fez sorrir.
Mas agora era hora de trabalhar, então tentei tirar toda essa questão de homens da minha cabeça e me concentrar nos clientes.
Meu expediente tinha acabado, era hora de pegar o metro para ir para casa, ao menos era isso que eu tinha em mente, mas quando eu sai da loja dei de cara com um Tom, de calça jeans escura, uma blusa azul marinho de gola V e uma jaqueta de couro, encostado no carro. Engraçado, era a segunda vez que eu passava por essa situação hoje.
Quando ele me viu ele desencostou do carro e veio até mim, até porque eu estava parada, congelada para ser mais exata, e não era só pelo tempo que tinha esfriado consideravelmente.
- Boa noite. – ele disse beijando minha mão. – espero que tenha gostado da surpresa, foi meio difícil fazer a Mariana falar onde eu ia te encontrar, mas eu preciso falar com você.
Ele disse me olhando nos olhos com tanta intensidade que eu tremi, e ele percebeu, ele tirou sua jaqueta e a colocou em meus ombros, e seu braço ficou no meu ombro então ele estava meio que me abraçando e assim me conduziu até seu carro. Ele abriu a porta para mim, eu entrei e ele fechou a porta, depois ele (literalmente) correu para o seu lado do carro. Eu não estava entendendo nada, ele estava sendo um perfeito cavalheiro, mas o que eu sabia, era que estava gostando.
Antes de começar a dirigir ele se virou para mim, tirou um pouco de cabelo que por causa do vento estava no meu rosto. E quando sua mão tocou em minha pele eu fechei os olhos.
- Meu plano era sair daqui e te levar para jantar, mas como eu percebi, você está com frio, então eu vou te levar para casa, para que você coloque uma roupa mais quente e então nós saímos ok!? – eu ainda estava sem entender o que estava se passando com ele, então apenas concordei com a cabeça. – Jura que você vai ficar calada a noite toda? – ele perguntou me dando um sorriso que eu respondi com outro sorriso
- Não, prometo que não vou ficar calada o tempo todo, é só que você me pegou de surpresa, e eu estou tentando entender o que está acontecendo com você para estar sendo assim tão gentil.
- Ai, essa doeu. – ele me olhou fazendo beicinho, e eu ri. – Ok, se você quer saber o que está acontecendo eu vou te contar. Eu estou profundamente arrependido por ter bebido ontem, por que se eu não tivesse feito isso, provavelmente as coisas entre nós estariam diferentes. – eu podia até dizer que ele estava triste nesse momento, porque quando ele olhou para mim, era como se o brilho que ele tinha sempre ao seu redor tivesse diminuído.
Preferi não falar nada, até por que eu não sabia o que falar. Sim eu estava chateada por toda aquela coisa da loira, mas a noite ele falou que queria ter estado comigo e não com ela, e eu sei que ele tinha falado a verdade.
Quando chegamos em casa fui direto para meu closet, tinha que trocar de roupa, então eu me dei conta que não tinha a mínima ideia do que vestir, uma vez que não sabia onde íamos. Fui perguntar ao Tom, o que eu não esperava era que ele estava no meu quarto, olhando minhas fotos, ele virou para mim, e depois voltou sua atenção para as fotos.
- Você nunca deveria parar de sorrir, seu sorriso ilumina seu rosto, e te faz ficar ainda mais linda do que você já é. Mas essa aqui – ele disse apontando para uma foto que foi tirada na minha despedida do Brasil, eu estava feliz, mas também estava triste de deixar meus pais e meus amigos, então ao mesmo tempo que eu estava sorrindo, eu estava chorando. – é de longe a minha preferida, demonstra quem você realmente é, uma mulher forte mas ao mesmo tempo doce e sensível. – ele disse sorrindo, e eu também sorri nesse momento ele tinha ganhado muitos pontos comigo por ter me decifrado de maneira tão bonita.
- Também é a minha favorita, foi o dia que eu me mudei para Londres, eu estava muito feliz, mas despedidas sempre me deixam triste, ainda mais quando se tem que dizer adeus as pessoas que você mais ama.
- E essas pessoas seriam seu pai – ele disse apontando para meu pai ao meu lado na foto – sua mãe, e seu ... seu namorado – ele disse essa última palavra com certa raiva em sua voz, ele olhou para mim depois de um tempo esperando uma confirmação de minha parte, mas eu apenas neguei com a cabeça, e eu juro que eu vi o canto de sua boca de levantar em um pequeno sorriso.
- Esse é o meu irmão, eu já tinha terminado com meu namorado quando meus pais concordaram em me deixar morar aqui. Mas mudando de assunto – disse me virando para ele – Onde nós vamos, porque eu não sei o que eu devo vestir.
- Onde nós vamos é surpresa, mas pode colocar uma roupa normal mas quente, lá não é muito chique não, mas nossa mesa é ao ar livre. – ele disse sorrindo, e aquele sorriso estava cada vez mais lindo. Concordei com a cabeça e voltei para o closet, coloquei minha roupa.
Quando saí, Tom estava deitado em minha cama, segurando minha Minnie com roupinha da bandeira da Inglaterra. Não aguentei e sorri, ele estava mudando minha imagem de cara durão que pega todas, para uma pessoa que luta pelo que quer.  
- UAU, como você consegue ficar linda em qualquer roupa que você coloca? – ele me tirou dos meus devaneios. E depois desse comentário nem preciso dizer que meu rosto estava da cor do meu casaco nesse momento. – Então, vamos? – ele disse levantando da cama, e pegando minha mão.
No caminho ele perguntou se poderia colocar uma musica, e claro que eu deixei, sempre fui viciada em musica, o que eu não esperava era ele colocar aquela musica que dizia tanta coisa,  ele cantou junto o refrão de “I can´t make you love me” do Bon Iver. Eu estava de boca aberta, não tinha certeza se a musica tinha a ver com a nossa situação, mas se encaixava bem. Antes da música acabar, paramos em um sinal vermelho, ele se virou para mim e cantou as ultimas linhas da musica olhando nos meus olhos “'Cuz I can't make you love me If you don't”. Depois disso eu já não queria saber de mais nada, só queria aquele homem que estava na minha frente. Inclinei meu corpo em direção ao dele, eu queria sentir sua boca na minha mais uma vez, mas quando eu estava quase lá o sinal abriu e os outros carros começaram a buzinar para que a gente passasse o sinal. Tom parecia que tinha saído de um transe, sacudiu a cabeça e colocou o carro em movimento, eu estava decepcionada, eu queria ter beijado ele, mas também estava um pouco envergonhada, então me contentei em olhar pela janela do carro, Londres era ainda mais linda a noite. Eu estava pensando em tudo que tinha acontecido quando senti sua mão na minha coxa, seu dedão estava fazendo carinho na minha perna.
- Tudo bem com você? – ele perguntou desviando o olhar da rua para mim, fiz que sim com a cabeça e lhe dei um pequeno sorriso.
Paramos em frente a um restaurante que eu nem sabia que existia. Tom abriu a porta para mim, me deu a mão e entramos. Nossa messa era em uma área aberta, onde era iluminada apenas por velas. Tom puxou a cadeira para mim e depois foi para seu lado da mesa.
Depois de alguns minutos decidindo, pedimos nossos pratos. Tom pegou minhas mãos por cima da mesa
- Nina, eu sei que o que eu fiz ontem foi muito, muito errado mesmo, e eu quero te pedir desul.. – coloquei minha mão sobre sua boca, ele não precisava falar mais nada, eu sabia que ele estava arrependido, então apenas balancei minha cabeça concordando
- Não precisava falar mais nada, vamos fingir que nada aconteceu, nós estamos nos conhecendo agora. Prazer meu nome é Marina, mas pode me chamar de Nina. – disse rindo, e ele estava com aquele sorriso imenso aberto para mim, e sim eu estava me derretendo por esse homem
- O prazer é todo meu linda dama, meu nome é Thomas, mas por favor me chame de Tom.
Logo nossos pratos chegaram, e tudo estava uma delicia, principalmente a companhia. Já se passava das dez quando Tom pediu a conta, estava pegando minha bolsa quando escutei.
- O que a senhorita acha que vai fazer?
-  Pagar a minha parte da conta? – eu respondi, mas estava em duvida se devia ter feito isso, uma vez que ele fez uma cara de bravo para mim
- Assim você me ofende, eu te convidei, eu pago.
Sim, nós ainda brigamos um pouco por causa da conta, mas no final das contas ele pagou tudo, mas eu o fiz prometer que da próxima vez que saíssemos juntos eu pagaria.
Tom p.o.v
A noite estava sendo ainda melhor do que eu tinha imaginado, mas as surpresas ainda não acabavam por aí, ela merecia mais, e como eu tinha pisado feio na bola, eu faria mais.
Antes de chegarmos no carro me virei para ela.
- Preciso que você confie em mim, ainda tenho mais uma coisa esperando por  você, mas eu preciso que você coloque isso sobre seus olhos. – eu disse tirando uma venda que eu tinha comprado hoje a tarde enquanto planejava o nosso encontro.
Ela fez uma cara de dúvida muito engraçada, mas concordou. Puz a venda em seus olhos, e me certifiquei que ela não estava vendo nada, assim que o fiz, dei um beijo nela, eu estava doido por esse beijo desde quando ela tentou me beijar mais cedo no carro. Tive que ter muita força de vontade para não aprofundar o beijo, mas eu sabia que ela ia adorar a próxima surpresa então, era por um bom motivo.
Quando chegamos ao nosso destino, estacionei o carro, a ajudei a sair do mesmo, fizemos todo o caminho de mãos dadas, e entramos na cabine. O frio tinha ficado do lado de fora, então tirei seu casaco, e depois tirei sua venda. Demorou um pouco para ela perceber onde estávamos mas quando ela abriu aquele lindo sorriso eu sabia que ela tinha gostado.
- Tom você me trouxa na Londo Eye? Isso é lindo, eu só estive aqui de manhã, nunca a noite. – enquanto ela dizia eu não pude deixar de olhar para o seu sorriso que não diminuía com o passar do tempo. Ela estava ainda mais linda. – Obrigado Tom isso é mais do que eu podia imaginar. – ela disse e veio em minha direção para me dar um abraço.
Ela se soltou de mim, mas eu não queria ficar longe dela, então enquanto ela estava vendo a vista, a abracei por trás  Eu era bem mais alto que ela então eu tive que me curvar para conseguir dar um beijo no seu pescoço. Assim que o fiz, ela se virou para mim e eu pude dar o beijo que eu queria lhe dar desde o dia em que nos conhecemos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário